Agressividade na sala de aula

Daniela Ceron-Litvoc

Irritação

Ao contrário do que muitos pensam (ou desejam), irritação é a reação mais comum na infância.

Aprender a reagir de outras formas faz parte do desenvolvimento.

Crianças que são por temperamento mais sensíveis ou inquietas assim como as crianças que estão passando por dificuldades emocionais precisarão de mais ajuda para aprender a controlar a sua irritabilidade.

Irritação x Agressão

Crianças irritadas estão a beira de explodirem.

Explosões emocionais na infância estão relacionadas com comportamentos agressivos físicos e verbais.

Como a criança está desenvolvendo o pensamento, o mais provável é que ela reaja pelo mecanismos que tem mais domínio, ou seja, pelo corpo.

Limite da agressão

A criança pode perder o controle. O adulto é o limite.

O que o professor pode fazer?

A meta é diminuir situações de conflito direto e explosões. Se o professor tem em mente um plano, ele tem chance de continuar ser aquele que controla a situação, por mais agressivo que o aluno esteja.

Prevenir é sempre o mais seguro

Se você percebe que seu aluno está “a ponto de explodir”, permita alguma medida que o ajude a se acalmar para evitar uma explosão. Sugerir que saia do ambiente, mudar de assunto, não confrontar são medidas protetoras.

Proteja os alunos mais irritados

Se você já percebeu que alguns alunos se descontrolam com mais facilidade, aumente a supervisão e proximidade. Irritação leva a explosões com agressividade.

Não permita que o grupo taxe negativamente

Sua relação com o “aluno explosivo” será usada como um parâmetro para os outros alunos. Procure salientar, sempre que possível, os pontos positivos do aluno que foi identificado pelo grupo como aquele que explode. Isso ajudará o grupo se ligar com as boas características do aluno e ao aluno perceber que ele tem um parceiro.

Agressão verbal

Não argumente, não discuta.

Explosões são auto limitadas. Tentar interrompê-las, só prolonga a situação. Deixe-o (a) gritar sozinho.

Lembre-se que todos perdemos o controle do falamos quando estamos tomados pela raiva. É normal que o aluno se arrenda ou se envergonhe depois, mesmo que não demostre isso. Dê o primeiro passo para uma reconciliação.

Tentando desmoralizar o professor

Não permita ser desmoralizado.

Se essa for a meta do aluno, deixe isso claro com frases como:

“Você está tentando me desmoralizar para quê?”,

“Quer passar de bom perante todos me agredindo, é essa a sua intenção”?

Isso vai deixar claro que você domina a situação e não entrará na proposta de desmoralização.

Agressão Física

Sem risco para outros e para o próprio aluno:

Não se aproxime. Mas fique por perto, faça-o sentir-se sob observação. Remova os outros alunos.

Aguarde acabar. Lembre-se que é sempre autolimitado.

Não questione, não discuta. Qualquer estímulo prolonga a reação.

Com risco para outros e para o próprio aluno:

Não lide sozinho. Chame por segurança e outros profissionais que possam ajudar.

A meta da intervenção deve ser para diminuir riscos e não acabar com a explosão.

O papel do professor no desenvolvimento dos alunos agressivosTrabalhar com agressividade é uma tarefa ingrata. É pesado, desestimulante e, muitas vezes, aversivo. Porém é mais uma atribuição, entre as muitas, do cotidiano da profissão de educar.

O comportamento mais comum e mais provável é que o professor reaja de forma mais dura na expectativa de controlar o comportamento agressivo. Porém, esse tipo de reação pode:

Piorar a relação de empatia entre o aluno e o professor.

aumentar a resistência por parte dos alunos mais agressivos

piorar o clima da sala de aula.

Empatia e Agressividade

Empatia é o ponto chave para o engajamento do aluno.

Empatia está comprometida nas relações permeadas pela agressividade.

O ponto chave é lembrar que agressão é uma sinal de sofrimento e de imaturidade.

Olhar para a criança que está atrás da máscara de mal.